MEMÓRIAS

Era um ano em que o ensino da dança ainda
não estava plenamente estabelecido na Bahia.

Década de 60

A Universidade Federal da Bahia ensejava o aprendizado de Dança Moderna e Contemporânea. Foi aí que, com um olhar empreendedor, três jovens senhoras, Maria Augusta de Oliva Morgenroth, Aida Maria Ribeiro e Mariá Silva, planejaram e executaram a implantação da EBATECA, que teve como sua primeira Diretora Artística Dalal Achcar, assessorada pelas professoras Miriam Guimarães e Maria Luiza Noronha. A EBATECA foi instalada no subsolo do Teatro Castro Alves mediante convênio assinado pelo então Governador do Estado da Bahia, General Juracy Magalhães.
Dr. Wilson Lins, na época Secretário da Educação e Cultura, aliou-se à EBATECA para a concretização da idéia.

Assim, 8 de agosto de 1962, foi a Bahia dotada da considerada melhor Escola de Norte/Nordeste – a EBATECA -, inaugurada já com 250 alunas inscritas. A responsabilidade didática confiada a professorado altamente qualificado, a disciplina da habilidade técnica mantida por mestres de acentuada projeção internacional, consolidaram o prestígio da EBATECA ao longo destes 30 anos de labor fecundo.

No ano seguinte, 1963, formou uma comissão destinada a lutar pela restauração desse Teatro, cujo incêndio, dias antes de sua inauguração, em 1958, havia destruído toda a parte interna do Teatro Castro Alves. Batizada de “Campanha para Recuperação do Teatro Castro Alves”, o grupo mobilizou recursos e esforços que somaram sucesso gratificante com a reinauguração do TCA em 1967.

Mas, no dia 17 de outubro de 1963, ainda em fase de restauração, a EBATECA ousou encenar, na íntegra, pela primeira vez no Brasil, o Ballet de Tchaikovsky – “O Quebra Nozes” -, com 258 alunas incansavelmente ensaiadas. A coreografia desta versão brasileira deveu-se à Maitre de Ballet Mirelle Briano, vinda especialmente de New York. A direção artística do espetáculo coube a Dalal Achcar, assessorada por Miriam Guimarães, figurinos de Nelly Laport, iluminação de Napoleão Maria Freire e cenografia de Jardel.

Para que o público pudesse assistir a este primeiro espetáculo Teatro Castro Alves, foi necessário compor a platéia com 2.000 cadeiras – emprestadas pelos Clubes da cidade e sobrepostas nos degraus platéia ainda em cimento, suportando o visual de suas paredes sem estimento. O sucesso artístico, social e financeiro foi gratificante, revertendo sua renda para a “Campanha de Recuperação do Teatro”.

Este foi o marco de sucessivas realizações artísticas da EBATECA tinadas a dotar a Bahia de uma casa de espetáculos à altura de sua tradição cultural.

Década de 80

Dimensionando seu trabalho além das fronteiras didáticas, a EBATECA concedeu nesses 21 anos 3.100 bolsas de estudos e, canalizando elementos do seu Corpo de Baile fundou, em 1967, o BALLET BRASILEIRO DA BAHIA destinado a legitimar o folclore pátrio, especialmente os predominantes na região nordestina, cujas raízes repousam em solo africano transplantadas para o Brasil com o surto escravagista. De grande beleza plástica, substancialmente autêntico, rico em roupagens, cenários, iluminação e, sobretudo, dançado por bailarinas de formação acadêmica, o Ballet Brasileiro da Bahia sagrou-se o grupo brasileiro de maior expressão nacional no estilo das Danças Folclóricas. Isto lhe valeu excursões feitas quase que anualmente através do país (de norte a sul) e várias viagens no exterior, tendo dançado na Argentina (Buenos Aires e diversas outras cidades portenhas), Venezuela, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, México (17 cidades além da Capital), Espanha, França e Hungria, capitalizando aplausos veementes de platéias elevadas com a beleza dos nossos ritmos.

Enriquecendo seu acervo de realizações, formou bailarinas didatas que, absorvendo o “know-How da Escola, instalaram novas academias não só em Salvador, como em cidades interioranas. Seguindo as pegadas da EBATECA, temos em Salvador: Ballet Baiano de Tenis – Tânia Duran Gordilho; Escola Miriam Bacelar; Academia de Ballet Bahia – Mônica Pedreira de Freitas Gordilho e Maria Célia Ribeiro melyer; Real Academia de Dança – Maria Aparecida Santos Silva. Em Adilson Costa (solista do Ballet de Lisboa), José (Apolo) em New York, Paulo Marcos Damasceno e Rogério de Jesus (Espanha), Luiz Antônio de Jesus (Ballet de Geneve), Roberto Assis.

Muito se orgulha a EBATECA por ter sido a primeira Escola da América do Sul a aplicar o método da Royal Ballet School, de Londres. Isto lhe valeu a distinção recebida de sua Magestade a Rainha Elizabeth II quando de sua passagem por Salvador/BA, que autorizou parar automóvel em que era transportada, junto ao Governador do Estado, Palácio da Aclamação, à porta da EBATECA para receber a simpátic homenagem que lhe foi tributada pelas alunas e Corpo Docente, além da Diretoria e todo funcionalismo da Escola.

PRIMEIRA UNIDADE – EBATECA PITUBA

Em 1981, fundou a EBATECA PITUBA, com a colaboração de Anna Cristina Gonçalves, que a dirigiu juntamente com Aida Maria Ribeiro.

20 anos da Ebateca

Vários outros sucessos alcançou a EBATECA: contribuiu para a formação do Corpo de Baile do Teatro Castro Alves, em quase sua totalidade, à exceção de apenas três bailarinos, que vieram de outros Estados; Em comemoração aos seus 20 anos, em 1982, trouxe ao palco do Teatro Castro Alves, Fernando Bujones e Ana Botafogo, num espetáculo aplaudido de pé pelo público baiano. Na mesma oportunidade, o Corpo de Baile da EBATECA encenou O Lago dos Cisnes, com coreografia de Carlos Moraes (segundo M. Petipa e I. Ivanov);

Em 1983, alegando necessidade do espaço físico do governo da época pede a desocupação da EBATECA, que ali funcionava em convênio com o Estado, pagando uma taxa por aluno e oferecendo o Corpo de Baile para os eventos governamentais sempre que solicitado, como aconteceu por vários anos na data magna da Bahia, 2 de Julho, quando apresentou o ballet “O Guarani” para o povo assistir gratuitamente.
Contudo, as suas fundadoras, apoiadas pelas suas alunas e pela opinião pública, não desanimaram. Criaram naquele mesmo ano o Grupo de Assessoramento Artístico EBATECA, dando oportunidade às ex-alunas capazes e interessadas a instalarem nos bairros as escolas de ballet EBATECA, em sistema de franquia, continuando desta forma trabalho de divulgação artística cultural que se propôs a instituição desde a sua fundação.

Desta franquia surgiram as escolas: EBATECA PITUBA,
EBATECA COSTA VERDE, EBATECA BROTAS, EBATECA VILAS, EBATECA IMBUÍ, EBATECA PREMIUM ITAIGARA, EBATECA ONDINA, EBATECA FEIRA DE SANTANA, EBATECA ALAGOINHAS.

30 anos da Ebateca

O Lago dos Cisnes

Ebateca dança o Lago dos Cisnes no Dique do Tororó para a população de Salvador em comemoração aos 30 anos de existência da instituição

35 anos da Ebateca

O Quebra-nozes

O Quebra-nozes marca o aniversário de 35 anos da marca. Vou completar esse texto

40 anos da Ebateca

O Lago do Cisnes

40 anos da Ebateca com a presença dos bailarinos do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Ana Botafogo, Cecília Kerche, Marcelo Misailides e Sérgio Marshal.

50 anos da Ebateca

Gala Clássica

50 anos da Ebateca com Gala Clássica com presença ilustre do ex-aluno e bailarino profissional Breno Bittencourt. A ex-aluna e bailarina Natália Kerner também veio de Mônaco especialmente para a ocasião.

60 anos da Ebateca

Conexões

Após pandemia, EBATECA une forças e promove uma fala belíssima com depoimentos inesquecíveis de Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Dalal Achcar e Ana Botafogo. Contou novamente com a presença da bailarina Natália Kerner.